Nos últimos anos, o mercado de brechós no Brasil deixou de ser apenas um nicho alternativo para se tornar um dos setores de maior crescimento da moda nacional.
O que antes era visto como uma opção secundária, hoje é protagonista de uma transformação no comportamento de consumo, marcada por escolhas mais conscientes, sustentáveis e conectadas com propósito.
Impulsionado pelo crescimento da moda circular e pela urgência de repensar os impactos ambientais da indústria da fast fashion, os brechós passaram a ocupar um papel central tanto na economia quanto na cultura.
O objetivo aqui é oferecer uma visão completa e atualizada do presente e do futuro do setor, sabendo mais sobre:
- Tamanho do mercado;
- Quem compra;
- Por que compra;
- Qual o perfil de quem empreende em brechós;
- Como o digital está transformando o mercado de segunda mão;
- Quais são as oportunidades e o que vem pela frente.
Neste artigo, reunimos dados, projeções e tendências para mapear o cenário atual e o que esperar no futuro do mercado de brechós no Brasil.
Se você já empreende nesse segmento ou pensa em abrir seu próprio brechó, vai encontrar aqui uma fonte completa de informações, inspiração e oportunidades para crescer de forma estratégica.
Tamanho do mercado de brechós no Brasil
1 – A projeção é que o setor movimente R$ 24 bilhões em 2025 (Sebrae/SP).
2 – Já são mais de 118 mil brechós ativos no país. Isso representa um aumento de +31% nos últimos cinco anos (Conselho Federal de Administração – CFA).
3 – Em um período anterior de grande expansão, o setor de brechós e venda de roupas de segunda mão cresceu 210% entre 2010 e 2015. Isso mostra a força da tendência há mais de uma década (Sebrae).
4 – O mercado de brechós no Brasil deve passar o mercado de fast fashion até 2030 (Folha de São Paulo).
5 – Segundo estudos, as buscas por “brechó perto de mim” cresceram 175%, enquanto “brechó roupas usadas baratas” teve um aumento de 128.6% (Metrópoles).
6 – Essa revolução não é exclusiva do Brasil, ela acompanha uma tendência global. O setor de roupas de segunda mão está entre os que mais crescem no mundo, com projeções de chegar a US$367 bilhões de vendas até 2030 (ThredUp Report).
Perfil dos consumidores
7 – Cerca de 70% dos compradores em brechós afirmam gostar do fator sustentável que ronda o consumo (Correio Braziliense).
8 – De acordo com uma pesquisa do Sebrae Minas, 61% dos clientes preferem o mercado de segunda mão pela qualidade das peças obtidas (muitas vezes peças duráveis ou de boa procedência por preço menor) e 27% compram pela chance de ter roupas de grife a preços acessíveis (Sebrae Minas).
9 – Segundo uma pesquisa feita no Rio de Janeiro, a maioria dos clientes de brechós são mulheres de 18 a 25 anos, geralmente com ensino superior incompleto e renda entre 1 e 5 salários mínimos (Revista Brasileira de pesquisas de Marketing).
10 – Globalmente, 40% dos consumidores da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) recorrem a brechós ou canais de revenda para encontrar as peças que desejam, muitas vezes por não as encontrarem no varejo tradicional (WGSN Brasil).
11– Tarifas e políticas comerciais devem encarecer a fast fashion. Por volta de 59% dos consumidores afirmam que migrarão para a moda sustentável se os preços subirem (ThredUp Report).
12 – Cada vez mais pessoas entendem a conexão entre moda e impacto ambiental, apontando que 97% das pessoas acreditam que a indústria da moda impacta as mudanças climáticas e o meio ambiente (Sebrae).
13 – Por volta de 50% dos consumidores da Geração Millennials (nascidos entre 1980 e 1996), nunca compraram em brechó. Muitas vezes, por dúvidas sobre qualidade e higiene (Metrópoles).
Perfil de quem empreende em brechós
14 – A grande maioria dos brechós, cerca de 90%, são de microempreendedores individuais MEIs (Sebrae).
15 – As proprietárias dos brechós são majoritariamente mulheres: elas são 94% do total (Terra).
16 – Cerca de 47% das donas de brechó se preocupam com o marketing e atração de novos clientes. Para 41%, a maior preocupação é a aquisição de estoque de qualidade, enquanto 33% relataram problemas de gestão financeira (Sebrae Minas).
17 – Mais de 25% afirmaram que a sazonalidade das vendas é o principal desafio do negócio (Sebrae Minas).
18 – Seis a cada dez donas de brechós operam simultaneamente em loja física e online (Sebrae Minas).
19 – Aproximadamente 22% focam apenas em loja física tradicional e outros 22% atuam exclusivamente por canais digitais (Sebrae Minas).
20 – A mesma pesquisa mostrou que 52% das donas de brechó estão no ramo há mais de 3 anos e 13% há mais de 8 anos. Isso indica boa retenção e consolidação dos negócios após os primeiros anos críticos. Apenas 16% estavam há menos de um ano na atividade (Sebrae Minas).
21 – O número de empregos formais no comércio de artigos de segunda mão mais que dobrou (+115%) entre 2020 e 2024. Esse foi um crescimento mais rápido que qualquer outro ramo do varejo (Fecomercio).
Tendências
22 – Crescimento do aluguel de roupas e brechós por assinatura: Além da compra de peças de segunda mão, ganha força a ideia de usar sem precisar possuir. Estimativas aponta que este mercado crescerá para US$ 2.6 bilhões até 2029 (Mordor Intelligence).
23 – Integração de IA e automação para vendas e precificação: A inteligência artificial já começa a ser testada no segmento de segunda mão. Tende a se disseminar em diversas áreas no mercado de brechós nos próximos anos (Ecommerce Brasil).
Conclusão
Ao longo deste artigo, vimos como o mercado de brechós no Brasil vem crescendo de forma sólida e consistente.
Dados que mostram que os brechós deixaram de ser uma alternativa de nicho para se consolidarem como um verdadeiro modelo de negócio viável, relevante e lucrativo.
Mais do que uma tendência passageira, os brechós representam uma nova forma de pensar a moda. Mais consciente, mais acessível e mais conectada com os valores da sociedade atual.
E isso se traduz não apenas em oportunidades de consumo, mas também em caminhos reais para quem quer empreender com propósito.
